terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Bayonetta

"muito tempo da produção"
Mais uma resenha de jogo do ano RETRASADO, Bayonetta, da Platinum Studios, é um jogo um tanto "polêmico", pelo fortíssimo subtexto, texto, e sobretexto sexual da sua protagonista. Dotada de pernas longineas, traseiro "que consumiu muito tempo da produção", seios fartos e um rosto que lembra o da comediante Tina Fey, é fácil entender porque algumas pessoas vêem a bruxa caçadora de anjos Bayonetta e seu rebolado como um simples objeto sexual.


Ignorando as implicações do design de personagem (de Mari Shimazaki, uma mulher, se isso faz diferença), Bayonetta é facilmente um dos jogos mais divertidos da atual geração de videogames. Dirigido por Hideki Kamiya, o criador de Devil May Cry, Bayonetta guarda traços de seu "irmão" da Capcom, e os eleva ao infinito.  O jogo é estiloso, "camp", e sabe disso. Bayonetta funciona, porque não se leva a sério. Tudo é tão absurdo, que até as tentativas do jogo de fazer a protagonista parecer sensual se tornam hilárias... Intencionalmente.

Bayonetta pode invocar instrumentos de excução para usar contra os anjos.
A jogabilidade é fluída e tranquila, com uma resposta confíabilíssima dos controles, fases variadas, e um senso de humor surreal que permeia o jogo todo. O sistema de combate é em tese simples, usando em tese apenas 4 botões, sem combinações esdrúxulas, triangulo soca/usa a arma das mãos, bola usa a arma dos pés, R2 esquiva, e quadrado atira com a pistola. Como em Devil May Cry, o segredo de um sistema tão "básico" está no uso do timing dos combos, e Bayonetta adiciona a estranha combinação de armas das mãos e armas dos pés : As armas básicas do jogo são dois pares de pistolas, e conforme o jogo anda, as combinações vão ficando mais estranhas. Katana e escopetas? Escopetas nas mãos e Bazucas nas pernas? Manoplas flamejantes e garras elétricas? Nunchakus com pistolas e patins de gelo? Essas são apenas algumas das combinações do sistema de duas partes de Bayonetta. Aumentando o fator "UAU" dos combates, vários finalizadores de combo envolvem punhos e pés gigantes vindos do nada para golpear os inimigos. E para matar os chefes, nada melhor que invocar um monstro gigantesco. Tanto os membros flutuantes quanto os demônios invocados durante os ataques de Climax são feitos do cabelo da "heroína", que também compõe suas roupas.

E monstros gigantes para matar os Chefes.
Em tempos de jogos com mais história do que gameplay, Bayonetta prefere focar nos personagens, em detrimento de uma narrativa sem sentido. Embora a trama não vá a lugar algum, envolvendo uma pedra que nunca aparece, os personagens e os inimigos são a atração principal. Não bastava o elenco excêntrico, as tiradas impossíveis da protagonista, e a infinidade de momentos absurdos que vão lhe deixar de queixo caído, o número de subchefes e chefes bizarros de Bayonetta não apenas é surpreendente, mas quando se tem certeza de que nada mais pode lhe surpreender, o jogo larga algum inimigo novo e esquisito na sua direção. De cabeças flutuantes a strippers celestiais, passando por dragões, cavaleiros e arraias/gafanhotos/escorpiões angelicais, Bayonetta tem de tudo.


Embora seja um jogo muito bonito, os gráficos de Bayonetta são um tanto... retrógrados. Algo nas animações e nas texturas do jogo deixa claro que a engine não é das mais recentes, e isso fica ainda mais claro na versão "cagada" do PS3, que deixou todas as texturas borradas e escurecidas. Algumas das animações de evento do jogo são feitas com cenas estáticas, como se fossem fotografias. Embora seja um efeito muito interessante, é bem incomodo ver uma cutscene convencional seguida de cenas paradas, com apenas a câmera se movendo.

Onde é que eu já te vi antes? Roupa vermelha, armas enormes, cabelo branco... sei que é de algum lugar...
A trilha sonora é uma obra a parte, com pelo menos 3 versões de "In other words (Fly me to the Moon)", musicas muito divertidas que batem com ação do jogo, e várias músicas de clássicos da Sega. Alias, coisa que não falta são referências a outros jogos. Até o item de dinheiro é uma referência a Sonic, que ganha outra em uma das primeiras cenas da trama, o funeral de um criminoso chamado Eggman. Uma fase inteira baseada em Afterburner,  uma rival com um design "Dante Fêmea", e "Wadja Buyin'?", só para começar.

Fortitudo, o Primeiro chefe de verdade de Bayonetta. Um anjo beem estranho, e é uma das coisas mais normais do jogo - e de acordo com um amigo meu, UM PAVÃO.

A versão do PS3 sofre de dois outros problemas, que não estão presentes no 360 : uma frame rate inconstante, que as vezes atrapalha, e tempos de Load absurdos, que beiram o injogável. Esse último problema é consertável com um Patch. Os outros dois, não.



Nota : 9 para o 360, 7,5 para o Ps3. 8 se estiver disposto a baixar o Patch.

Prós :
-Muito Divertido
-Controles ótimos
-Difícil sem ser mentiroso
-Absurdo, de uma maneira boa
-Rápido

Contras :
-Pode ser dificil se concentrar no jogo com tanta coisa absurda acontecendo
-Bem difícil
-História sem sentido
-A protagonista pode não ser do agrado de muita gente
-Um tanto rídiculo, pra quem não gosta de absurdos

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