quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Recomendação: Dumbing of Age

Como alguns que me conhecem devem saber, eu sou um grande fã do trabalho do quadrinhista David Willis - em particular, acho que já postei alguma coisa da obra mais conhecida dele, Shortpacked!, um caso raro de quadrinho sobre o comércio de brinquedos, e as pessoas que nele trabalham.

Bem, no começo deste ano, Willis juntou os personagens de todos os seus títulos na web (Shortpacked!, It's Walky, Roomies e Joyce&Walky) e começou uma continuidade alternativa. Todos estes títulos envolviam elementos sobrenaturais e alienígenas e outras bizarrices (embora Shortpacked fosse o que envolvia menos estes elementos); a nova continuidade, no excelente Dumbing of Age, não envolve nada disso - e transfere todos eles de um ambiente ou do varejo de brinquedos, ou do combate a alienígenas, para um espaço muito mais "normal" - mas não menos interessante: a faculdade.


Sim, é mais uma daquelas histórias de faculdade que os EUA tanto adoram, mas Willis faz funcionar muito bem, e de alguma maneira a maioria dos personagens continua funcionando bem fora do ambiente original - ou as vezes melhor, em particular, Joyce passou da personagem mais irritante de Roomies para ser a coisa mais adorável (e ingênua) do mundo - e enquanto em Roomies a atitude dela era legitimamente antipática e preconceituosa, aqui é perdoável por inocência. Alguns personagens perderam importância: Enquanto em Shortpacked! Ethan é o protagonista (coisa em que Willis ganha muitos pontos por ter um protagonista gay que não se resume a isso e não é caricato) e Robin é uma das personagens principais, aqui ambos tem papel reduzido - e Robin em particular tem apenas uma cena.

Willis consegue manter personagens interessantes e cativantes, em sua maioria bastante excêntricos, mas não ao ponto de serem ridículos (a exceção vai para Walky, outro "ex-protagonista", que é francamente um idiota, mas um idiota com o qual eu me identifico, e que eu conheço gente igual). O único problema é a constante mudança de grupo focal: em uma tira se está no meio de alguma coisa com um grupo de personagens, e no outro dia, aquela situação continua não resolvida para se ter mais uma piada de "Mike é um canalha". E é claro, embora quase todos eles partam de clichês do ambiente universitário dos EUA, é inevitável reconhecer alguém em cada um dos personagens.

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