terça-feira, 1 de dezembro de 2015

As 5 melhores e 5 piores histórias de Doctor Who moderno

Ao longo de seus 52 anos, Doctor Who já teve de tudo: aventuras históricas, suspenses sobrenaturais (que no fim eram aliens), épicos de fantasia espacial, histórias de horror e dramas humanos. Também teve sua boa soma de episódios excelentes e de histórias que jamais deveriam ter saído do papel. Aqui vão as cinco melhores e as cinco piores histórias do senhor do tempo desde seu reviva em 2005. A lista é opinião pessoal (obviamente) e muitos episódios excelentes não couberam, são só cinco, afinal.... Sintam-se a vontade para discordar.

As melhores

V - The Magician’s Apprentice/The Witch’s Familiar (Série 9, episódios 1 e 2)


O 12º Doutor (Peter Capaldi) reluta em salvar uma criança nos campos de batalha de Skaro após ouvir seu nome - Davros - e desaparece, cabendo a Clara Oswald (Jenna Coleman) e a Mestra (Michelle Gomez) encontrá-lo. Tudo parece indicar que o Doutor planeja morrer. Em Skaro, Davros (Julian Bleach) está morrendo e parece arrependido de sua maior criação, os Daleks. Depois de uma temporada medíocre, Doctor Who reabriu com uma história densa sobre até onde o Doutor está disposto a ir, seu modus operandi e seus arrependimentos. A excelente atuação de Bleach convence de que Davros esteja morrendo e arrependido - e surpreende quando o óbvio acontece - ou alguém realmente achou que Davros seria bonzinho?

IV - Human Nature/The Family of Blood (Série 3, episódios 8 e 9)

John Smith: uma vida que nunca seria

John Smith (David Tennant) é um um pacato professor em um colégio interno em 1913, seus sonhos assolados por visões de criaturas alienígenas, mundos distantes e uma caixa azul que viaja pelas estrelas. Enquanto floresce um romance com a viúva Joan (Jessica Hynes) os monstros de seus pesadelos se revelam reais, e sua criada Martha (Freema Agyeman) insiste que seus sonhos são reais e ele não é John Smith, mas O Doutor. Pesado e dramático, o episódio duplo aborda outro lado do Doutor: sua irresponsabilidade. Nem seu alter-ego humano John Smith, nem as pessoas ao seu redor tiveram qualquer escolha quanto a se envolver na guerra pessoal do Doutor contra a “Família de Sangue”, e menos ainda Martha foi consultada antes de ser arremessada em uma charada cruel e dolorosa, e as atuações fortes enfatizam o quão horríveis foram as ações do Doutor desta vez

III - Partners in Crime (Série 4, episódio 1)


Enquanto o 10º Doutor (David Tennant) investiga a “pilula milagrosa” da Adipose Industries, pouco imagina ele que Donna Noble (Catherine Tate) esteja fazendo o mesmo, após abrir seus olhos para o que há além de nosso pálido ponto azul após seu primeiro encontro com o Doutor. Enquanto os outros episódios dessa lista são demonstrações do quão boa a série pode ser quando é Dramática, a abertura da quarta temporada de Doctor Who é um dos melhores exemplos de como a série pode ser excelente quando mira em comédia. O timing de Tate e Tennant é impecável, a história é sólida e já estabelece as raízes para o conflito maior da tempora, e os aliens da semana são simplesmente adoráveis. Impossível não rir com o “diálogo silencioso” dadupla quando um nota a presença do outro.

II - Blink (Série 3, episódio 10)


Sally Sparrow (Carey Mulligan) teve um dia muito estranho: sua melhor amiga desaparece, conversas pré gravadas e pichações (deixadas pelo 10º Doutor) parecem conversar com ela, um homem dizendo ser o neto de sua melhor amiga sabia onde ela ia estar, e fora do seu campo de visão, as estátuas parecem se mover... Blink é horror em forma pura, introduzindo um dos monstros mais aterrorizantes de Doctor Who (os anjos lamuriantes) e um terror sutil e eficiente, sem depender de jump scares. A maioria dos episódios da série usam viagem no tempo para estabelecer cenário - desta vez, ela é um genial recurso de trama, resultando em um paradoxo de predestinação surpreendente. Que as cenas mais dramáticas sejam bem escritas e bem atuadas apenas reforça um dos melhores episódios da série. Não pisque.

I - Vincent and the Doctor (série 5, episódio 10)


Os episódios de Doctor Who envolvendo figuras históricas tendem a ser ruins, mas o encontro de Amelia Pond  (Karen Gillam) e o 11° Doutor (Matt Smith) com Vincent van Gogh (Tony Curran) não apenas escapa dessa sina, como se demonstra um dos melhores episódios de toda a franquia. Van Gogh é retratado com desenvoltura, e seu próprio sofrimento é refletido na “tristeza inexplicável” de Amy. O “monstro da semana” não distrai da história com o pintor holandês, e a reforça. Com uma trama sólida e uma homenagem de chorar ao pintor, não há candidato melhor ao primeiro lugar nesta lista.

As piores

V - The Lazarus Experiment (Série 3, episódio 6)


Richard Lazarus (Mark Gatiss, que escreveu o episódio) desenvolve uma maneira de rejuvenescer o corpo humano, a família de Martha Jones desconfia do Doutor (David Tennant), e tragédia acontece quando o procedimento milagroso de Lazarus o transforma em um monstro após a revelação de sua “regeneração”. The Lazarus Experiment é um episódio marcado por ciência ruim (o monstro seria “uma evolução perdida da humanidade”), uma trama formulaica (cientista faz o que não devia, tragédia acontece. Doutor inverte a polaridade do fluxo de neutrons, monstro morre. Monstro não morreu de verdade, monstro é morto de novo, pra valer) e efeitos especiais terríveis: Lazarus, em sua forma monstruosa, parece saído diretamente de uma abertura de videogame.

IV - Kill the Moon (Série 8, episódio 7)


Para compensar as consequências de sua falta de tato no episódio anterior, o 12° Doutor (Peter Capaldi) leva Clara Oswald e Courtney Woods (Ellis George) para a lua, no distante ano de 2049, quando a humanidade deve tomar uma decisão crucial: matar ou não o misterioso embrião dentro da Lua. Com uma ciência atroz, o Doutor de Capaldi sendo mais abrasivo, manipulador e prepotente que de costume e uma tentativa extremamente forçada de um discurso sobre aborto e sobre exploração espacial, esse episódio só levanta uma pergunta: por quê você existe? Cada idéia boa nele é desperdiçada em um final inconsequente (com um dos piores "conselhos profundos" já vistos). E quase que completamente ignorado pelo episódio seguinte.


III - In the Forest of the Night (Série 8, episódio 10)



A primeira temporada de Peter Capaldi simplesmente não foi boa, e o último episódio antes do clímax (que começou excelente e teve uma segunda parte mediana). Em uma trama que só poderia ter saído de alguém com cérebro de pudim, o planeta é instantaneamente coberto por uma vegetação densa, e o Doutor tem que encontrar Clara, Danny e um grupo de crianças em meio a floresta que Londres se tornou, antes que a Terra seja atingida por uma tempestade solar e a vida chegue a seu fim. In the Forest of the Night é quase um manual de como fazer Doctor Who ruim: ciência horrível para os padrões da série, uma trama simplória, um Deus ex Machina como solução, e uma mensagem ambiental dada com a delicadeza de um Dalek. E do nada, Fadas.

II- Love and Monsters (série 2, episódio 11)



O primeiro episódio que não foca suas atenções no Doutor, Love and Monsters tinha uma premissa interessante (o desenvolvimento de laços de amizade entre várias pessoas por suas próprias obsessões com o Doutor) mas a desperdiça em uma história incoerente, personagens monótonos, atuações ruins de bons atores, defeitos especiais e um vilão que pareceria ridículo em um episódio de Power Rangers. Mas para adicionar insulto a injúria, o episódio inteiro conta com uma quantidade absurda de insinuações sexuais com nosso irritante narrador, Elton Pope (Marc Warren), se encerrando em uma piada desagradável sobre sexo oral com o que sobrou do seu interesse romântico, Ursula Blake (Shirley Henderson): seu rosto ainda vivo em uma laje de cimento. E o 10º Doutor tem precisamente duas cenas nesse desastre, não passando de um Deus ex Machina no último segundo.

I - Sleep No More (série 9, episódio 9)

O ataque da remela assassina...

O primeiro episódio de Doctor Who no estilo “found footage”, Sleep No More é outro episódio cunhado por Mark Gatiss com uma trama ridícula e ciência abismal até para os padrões de Doctor Who. A bordo de uma estação espacial em órbita de Netuno, uma equipe de resgate encontra o monstro mais terrível de todos: remela assassina! Essa narrativa absurda nos é apresentada como um vídeo editado por Gagan Rasmussen  (Reece Shearsmith), criador do sistema “Morpheus”, uma máquina que substitui o sono - e que induz a alterações neurológicas que induzem a evolução da remela a um predador mortal (?!). Com personagens desagradáveis, atuações fracas, o Doutor contribuindo em nada para a trama, um estilo de filmagem desorientador e uma única cena decente destruída pelo que se sucede, Sleep no More é tranquilamente o pior episódio de Doctor Who, e não só das séries modernas.


3 comentários:

  1. Não assisti ainda The Lazarus Experiment, por isso não tenho como concordar ou discordar.. Mas em relação ao resto da lista, concordo totalmente! Gostei da análise.

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  2. Os eps matar a lua e amor e monstros não deveriam estar na lista de piores ! São otimos, não entendi as suas críticas !

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    1. Digamos assim: são episódios do tipo "Ame ou odeie". E eu me enquadro no segundo grupo. Eu nunca vi alguém ser "meh" com relação a eles: ou se adora, ou se odeia. Eu pessoalmente detestei os dois (e Love and Monsters está consistentemente em listas de piores episódios), mas entendo que tenha quem discorde.

      Cada um cada um né?

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