quarta-feira, 25 de maio de 2016

Baú de Brinquedos: My Little Pony G1 e "G0"

Sim, eu vou falar dos pôneis malditos...
Já digo de cara: o desenho original era horrível.
Mas a franquia conseguiu piorar nesse sentido. 

Não importa qual a sua opinião sobre a encarnação atual da série e o histórico dela (ou seus fãs), My Little Pony está para a divisão de brinquedos para meninas da Hasbro como Transformers e G.I. Joe estão para a divisão de brinquedos para meninos. Assim como seus primos robóticos e seus tios militares, os pôneis contam com uma fanbase fanática, uma longa história de produção, mais reboots que um título da DC e uma briga eterna a respeito de qual linha é a "melhor".

Devido ao quão longa é a franquia, O Baú de Brinquedos tem que reservar mais de uma sessão para essa franquia tão odiada e tão amada. Preparem suas doses de insulina, porque a doçura certamente vai lhes causar diabetes. Hoje, a vez é da geração 1 e sua antecessora, My Pretty Pony. Hora de saber como o pesadelo de alguns e sonho de outros começou.

domingo, 22 de maio de 2016

Juntas Soltas: Combiner Wars Sky Dive

Não sei que versão do personagem é essa -
mas não parece com nenhum boneco dele. 
Dando continuidade à cobertura dos Aerialbots, temos o nerd residente da equipe, Sky Dive. Enquanto seus colegas de equipe estão sempre empolgados para uma chance de entrar em ação, de explorar os céus da Terra ou de peitar alguns Decepticons, Sky Dive tem prioridades diferentes. Enquanto os outros se sentem em casa no campo de batalha, Ele preferia estar em uma biblioteca, estudando a história e as táticas do combate aéreo. 

Como todos os Aerialbots, seu boneco original era um tanto... tosco. Uma atualização seria muito bem vinda desde os primórdios em 1985. Revenge of The Fallen e Universe 2.0 tiveram uma tentativa com os moldes de Transfomers Energon (que será vista mais a frente), mas como foi que a versão de Combiner Wars se saiu?

Como a transformação de todos os Aerialbots deluxe é praticamente igual, pra saber como ele se transforma, só olhem o Alpha Bravo. O único destaque dele está nos braços: a estrutura inteira do ombro se move para a transformação, coisa que nenhum de seus companheiros faz.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Juntas Soltas: Alpha Bravo


O Novato. Arte de Sara Stone. 
Quando as primeiras imagens dos Aerialbots de Combiner Wars foram divulgadas em 2014, parte da fanbase explodiu de raiva (mas por outro lado, quando que a fanbase de Transformers não faz isso?): Entre os membros de Superion, estava um helicóptero. Logo, a verdade veio a tona: Slingshot, da formação original dos Aerialbots fora cortado. No seu lugar, havia um personagem novo, como ocorreu com os Stunticons: Alpha Bravo, um helicóptero de ataque. 

Nos quadrinhos da IDW, a ausência do membro antigo e a adição do novato foi explicada de forma dramática: Slingshot morreu em combate contra Menasor, e para recompor o poderoso Superion, foi necessário recrutar um membro novo. Enquanto isso, comercialmente Slingshot tinha uma explicação ainda mais simples: reduzir a sobrecarga de aviões nas duas primeiras ondas de Combiner Wars - e servir de base para Blades e Vortex. Vejamos como o único molde de helicóptero da linha, usado para outros quatros personagens, se saiu, vamos?

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Bau de Brinquedos: Visionários, os Cavaleiros da Luz Mágica.

Apresentando uma linha que terminou
com muita coisa não lançada -
como essa base na Montanha de Ferro.
Quando a Hasbro decidiu reviver G.I. Joe em 1982 com A Real American Hero, a gigante dos brinquedos se deparou com uma mina de ouro. A combinação da escala menor, os veículos fantásticos e os personagens absurdos se provou um enorme sucesso com o público infantil. Não sem motivo, da mesma maneira que ocorreu com o He-Man da sua concorrente Mattel, não faltaram linhas para tentar copiar o sucesso dos Joes e Cobras.

Eu já falei de uma dessas linhas, M.A.S.K.. Mas ela não era a única: A Palitoy licenciou alguns moldes de G.I. Joe na forma de Action Force (que rapidamente desapareceu, engolida por G.I. Joe); a Remco tentou copiar o sucesso com uma linha do obscuro Sargento Rock da DC Comics. A nossa Guliver usou bonecos de Comando para Matar para fazer S.O.S Commandos. A Coleco tentou emplacar uma linha de brinquedos do Rambo (com veículos e playsets - alguns dos quais foram parar em S.O.S Commandos), enquanto a Kenner tentou fazer o mesmo com Chuck Norris, gerando a abismal Chuck Norris and his Karate Commandos.

Mas não estou aqui para falar destas linhas. Eu estou aqui para falar de quando a Hasbro tentou levar a engenharia e a formula de G.I. Joe para competir com os resquícios moribundos do He-Man. Senhoras e senhores, lhes apresento os Visionários, Cavaleiros da Luz mágica.

domingo, 15 de maio de 2016

Juntas Soltas: Henkei Skyfire

Jetskyfirefire
Ah, Jetfire... ou Skyfire, o ex-decepticon que foi o pivô de uma das maiores confusões da história de Transformers. Quando a Hasbro comprou os direitos do Kanzen Henkei VF-1S da Takatoku Toys, eles não sabiam no que estavam se metendo. Por motivos óbvios, o personagem não foi lançado no Japão (dado que a Takatoku foi comprada pela Bandai). Mas por motivos não tão óbvios, ele foi o centro de um pesadelo processual nos EUA. 21 anos depois e muitos processos da Harmony Gold mais tarde, a Hasbro e Takara tentaram atualizar o velho cientista, buscando simultaneamente homenagear sua versão animada - o ônibus espacial Skyfire - e o boneco Jetfire, literalmente um Valkyrie de Macross. Jetfire recebeu outro update em 2014, na linha Generations. Mas nosso sujeito de hoje é a versão japonesa do lançamento de 2006, Henkei Skyfire. Vejamos como se saíram.


Robôs gigantes e paradigmas culturais, uma leitura breve.

Sym bionic Titan: uma carta de amor ocidental ao
jeito japonês de fazer robôs gigantes. 
Sim, cá estou eu novamente falando sobre robôs gigantes. Depois de falar das ligações do gênero com o Horror, com a literatura Ruritânia e com a literatura de Guerra, agora a abordagem é outra: como a indústria cultural americana e japonesa lidam com esse conceito - e a acreditem, as diferenças são tão intensas quanto entre a noite e o dia.

Então para melhor entendermos quanto as obras de robôs gigantes dos dois lados diferem, vamos aprender um pouquinho sobre como cada lado do globo lida com o gênero, e aí ver onde que há uma certa mescla entre os dois tratamentos?

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Juntas Soltas: Combiner Wars Silverbolt

O Headsculpt já começa bem - mas e o resto?
Um bocado de tempo atrás, eu resenhei alguns dos lançamentos de Combiner Wars. Os Constructicons tiveram sua semana especial (começando com Scrapper) e os Stunticons - ou ao menos os membros menores da equipe - tiveram suas coberturas individuais (Breakdown, Dead End, Drag strip e Off-road aqui).

Agora, mais uma vez o tema é Combiner Wars, antes que a sublinha tenha um fim de vez e abra espaço para Titans Return. Antes eu falei da segunda onda e os Stunticons. Agora, a vez é da primeira e os Aerialbots, começando por seu líder, o acrofóbico Silverbolt - e poderia haver algo mais embaraçoso para alguém que vira um avião do que ter medo de altura? 


quinta-feira, 5 de maio de 2016

Culto à personalidade e ficção científica: a dualidade Optimus e Megatron

Algum tempo atrás eu fiz um artigo sobre o poder da representação icônica e da imagem idealizada como força positiva no personagem de Optimus Prime, na maneira como ele é retratado nos quadrinhos da IDW. O assunto hoje é o mesmo -  mas na maneira como essa idealização e consequente culto a personalidade pode - e muitas vezes é - uma força negativa.

Essa força é uma velha conhecida de ditaduras, cultos, milícias e “megachurches”: a noção do “grande líder” como alguém “maior que a vida”, um homem entre os homens, um profeta ungido pelos deuses. São maneiras eficazes de catalisar a força das multidões ao redor do “herói”, estabelecendo alguém ao redor do qual as massas se congregarem - e a quem obedecer. Assim, ao mesmo tempo que essa devoção e essa imagem mítica pode exaltar seus seguidores, ela também pode levar a população a atos que não cometeriam normalmente, contanto que pensem que esses atos são em nome do “líder” ou do “messias”.

domingo, 1 de maio de 2016

10 das mais estranhas linhas de brinquedos dos anos 80.

Assim como Lewis “Linkara” Lovehaug faz questão de dizer sobre quadrinhos, eu tenho que dizer sobre brinquedos: brinquedos são estranhos. Na disputa pela atenção de crianças (e em tempos mais recentes, colecionadores), os fabricantes de brinquedos ocasionalmente levam em frente ideias... incomuns.


Em alguns casos, a estranheza surge apenas quando se olha para o corpo ficcional (porque a história por trás da maioria das linhas é de dar inveja a quadrinhos da Era de Prata). Em outros, os brinquedos em si são bizarros.  


Eu já escrevi sobre algumas linhas bizarras dos anos 80, mas as sortudas escolhidas para esta lista merecem destaque. Sim, elas são mais estranhas do que máscaras do poder, veículos metamorfos, ou robôs cuja cabeça é um cara. As dez linhas a seguir são o creme de la creme da esquisitice.  

10 - Rock Lords (Tonka, 1986)




Eu já falei disso no meu texto sobre Go-Bots, mas não custa repetir. O que raios se passou na cabeça dos designers da Bandai ao criar a sublinha de Machine Robo que viraria os Rock Lords eu não sei. O que se passou na cabeça dos executivos da Tonka ao comprar esses bonecos, é um mistério maior ainda. São pedras. Pedras que viram robôs. A linha contou com um filme (péssimo) e foi praticamente esquecida exceto como uma piada recorrente entre saudosistas e colecionadores de brinquedos.

9 - Super Naturals (Tonka, 1986)




Eis aqui uma linha que tinha um gimmick bem interessante... e que não sabia o que mais fazer. Assim como a mais bem sucedida (mas ainda fracassada) Visionaries da Hasbro, os bonecos de Super Naturals usavam holografia para dar a ilusão de algo místico. Mas onde os cavaleiros da Hasbro usavam isso em brasões, os guerreiros da Tonka o faziam no corpo todo. No lugar de um rosto, tinham um adesivo holográfico, parcialmente coberto por uma armadura removível. O cenário era supostamente medieval, mas um dos heróis era um guerreiro apache. E graças a mesma coisa que fazia deles algo interessante nos anos 80, hoje é quase impossível achar um Super Natural que não tenha virado uma massa de sombras envolta em um boneco.

8 - Wheeled Warriors (Mattel, 1985-1986)





Wheeled Warriors era primariamente uma linha de veículos, assim como M.A.S.K.. Onde a linha da Kenner focava em veículos “reais” que viravam máquinas fantásticas, a da Mattel envolvia tanques futuristas com  partes intercambiáveis e armas absurdas, pensados para serem combinados livremente. Com alguns dos designs mais estranhos e incompreensíveis dos anos 80, a linha tratava da heróica Lightning League contra os malignos Monster Minds. O conceito da linha foi alvo de Knockoffs diversos (muitos dos quais melhores que os originais) no começo dos anos 90. O desenho, Jayce and the Wheeled Warriors, saiu quase um ano após os brinquedos fracassarem no mercado.

7 - Dino Riders (Tyco, 1989-1990)





Dino Riders é puro awesome concentrado, com uma dose extra de “wtf” para dar gosto: no distante planeta Cellardyke, os pacíficos Valorians fugiam dos malignos Rulons. Em uma tentativa desesperada de escapar dos invasores, os Valorians usam seu “projetor espaço temporal”, levando a guerra para a Terra, 65 milhões de anos no passado! Enquanto os Valorians liderados por Questor fazem amizade com os dinossauros nativos, o Imperador Krulos dos Rulons trata de criar dispositivos de controle mental para dominar as bestas... o resultado? Duas facções em guerra, montadas em dinossauros com lasers.

6 - Food Fighters (Mattel, 1989)



Ah, food Fighters... desprovidos de articulação, os bonecos da bizarra linha da Mattel se salvam do fracasso total pelo conceito hilário: uma guerra entre itens alimentícios. A guerra entre os Kitchen Commandos liderados pelo Burgadier General, um cheesburger, e os Refrigerator Rejects comandados por Mean Weener, um cachorro quente. A linha era vendida em lojas de desconto, contou com apenas 10 figuras e três veículos, e não tinha nenhuma peça de ficção para acompanhar. Minha hipótese quanto ao porque disso existir? Resto de plástico que a Mattel não sabia como usar.


5 - Sectaurs, Warriors of Symbion (Coleco, 1985)


Sectaurs era uma linha com uma ideia interessante: no distante planeta Symbion, um acidente científico leva a um mundo de insetos gigantes e funde o DNA de seus habitantes com de insetos. Toda a criatividade parece ter se esgotado aí, no entanto. As facções se resumiam ao “Reino Luminoso”, liderado pelo príncipe Dargon e o Domínio das Trevas do General Spidrax. Os bonecos vinham acompanhados de “aliados insetos”, e as figuras mais caras tinham bestas de montaria, com pelos de verdade. Infelizmente, Sectaurs contou com apenas cinco episódios de animação para divulgar a linha... e foi condenada ao esquecimento.


4 - Inhumanoids (Hasbro, 1986)






Em termos de conceito, Inhumanoids é até normal: de um lado, um grupo de cientistas, a Earth Corp, tentando salvar o ambiente com a ajuda dos misteriosos Mutores. Do outro, malignos monstros que estavam aprisionados no centro da Terra até que nossa expansão desenfreada os libertou, os Inumanóides. Mas a execução...


Os Inumanóides e os Mutores são figuras decentes para a época. São os cientistas da Earth Corp que fazem a série entrar aqui. Jamais haverá uma linha com proporções tão estranhas e disformes quanto essa, com corpos gigantescos e cabeças minúsculas que fariam Rob Liefeld sentir vergonha alheia.

3 - The infaceables: Mystic Warriors of Change (Galoob, 1984)




Nos anos 80, havia uma abundância de bárbaros parrudos nas prateleiras das lojas de brinquedos. Mas poucos eram tão estranhos quanto os Infaceables, bonecos com rostos de látex que, através do poder mágico do vácuo, “se transformavam em bestas”. O efeito era mínimo a época e os poucos Infaceables que resistiram ao tempo mal conseguem manter suas formas “normais”. A linha contava com as forças heroicas do homem-leão Iron Lion contra o maligno conquistador (e homem elefante) Tembo, e tinha o melhor personagem de todos os tempos: o perverso Torto the Claw, um homem galinha (ok, ele na verdade é um homem peixe, mas o molde ruim faz ele parecer mais com uma galinha). Muito como He-Man, as proporções eram exageradas e por algum motivo, todos eles estavam fazendo joinha.


2 - The Mysterians (desconhecido, 1985)



O sucesso de Transformers levou a uma legião de imitadores, e nos anos 80 era impossível jogar uma bola numa loja de brinquedos sem acertar algum robô que virava alguma coisa. Com todas as boas ideias tomadas por outras marcas, os enigmáticos Mysterians eram robôs que viravam... formas geométricas. Achar qualquer informação confiável sobre esses seis robozinhos é quase impossível. Como diz o nome, são um mistério.  Mas há de se questionar o que leva alguém alguém a fazer uma linha de robôs que viram... Nada.


Por outro lado, em tempos recentes tivemos robôs que viram letras e números...

1 - Rocks&Bugs&Things (Ideal, 1985)



O que eu não pagaria para estar na reunião de conceito que criou essas coisas...


Como muitas linhas na época, Rocks&Bugs&Things tinha duas facções em conflito: as Rochas e os Insetos, lutando para devorar as Coisas. As Rochas eram monstros  que se disfarçavam como pedras, e que se abriam para devorar suas presas com o apertar de um botão. Os Insetos eram, bem, insetos (e dois aracnídeos) que revelavam uma segunda face com o apertar de um botão. E as Coisas eram os pequenos Mordles, duendes de borracha cujo único destino no mundo era ser devorados por seres além de sua compreensão.

A linha durou pouco, mas a Ideal parecia ciente do quão pequena ela era por si só: o comercial perguntava quem poderia salvar os Mordles dos monstros terríveis? Robôs? Soldados? Heróis? Descaradamente, a Ideal deixava claro: Rocks&Bugs&Things era pra ser usada com os bonecos da concorrência.